OS CRENTES COLOCADOS À PROVA NO TESTEMUNHO E NO PROCEDIMENTO — INSTRUÇÕES EM 1 PEDRO 3.13-17
Lição 3 – PALAVRAS E FRASES IMPORTANTES
1. v. 15b — “estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós,”
a. Sempre preparados: pronto, preparado; em prontidão; “apercebidos” (Mt 24.44; 25.10); “estejam prontos para toda boa obra” (Tt 3.1); “calçai os pés com a preparação do evangelho da paz” (Ef 6.15).
b. Responder: literalmente “para defesa” (At 22.1; 25.16; Fp 1.7, 16; 2Tm 4.16) ou resposta (1Co 9.3; 2Co 7.11); a palavra avpologi,na (apologian) não tem o sentido técnico atual de apologética; traduzido “para responder” (ACF, ARA, ARC, NVI e NTLH) e “Estai sempre prontos a responder para vossa defesa” (VC).
c. Razão — discurso – logos: a esperança cristã tem um discurso próprio. A fé cristã não é um ‘pulo no escuro”. Toda pessoa tem o direito de ouvir uma explicação das razões da fé antes de ser convidada a decidir seguir a Cristo.
d. Livro de Atos: verbos que se referem à argumentação racional para descrever o modo de evangelização de Paulo: dialegomai (arrazoar, 17.2; dissertar, 17.17; 19.8; 24.25; discorrer, 18.4; 19.9; exortar, 20.7; discursar, 20.9; discutir, 24.12); katangelo (anunciar, 13.5;17.3,13,23); euangelizo (anunciar o evangelho, 13.32; 14.7; ensinar e pregar, 15.35; pregar, 17.18; anunciar o evangelho 14.21, 25); peitho (persuadir, 13.43; 18.4; 19.8); dianoigo (expor, 17.3); paratithemi (demonstrar, 17.3); diamartyromai (testemunhar, 18.5; testificar, 20.21); parresiazomai (pregar ousadamente, 9.27,28; 14.3; 19.8; com franqueza, 26.26).
i. A fé cristã é comunicável: é fundamental falar de modo que as pessoas entendam.
ii. A fé cristã é universal: pode ser apresentada de modo fundamentado a qualquer pessoa de qualquer lugar e de qualquer classe; se cremos que Deus é o Criador de todas as coisas e que o homem foi criado à imagem de Deus, então concluímos que o evangelho deve fazer sentido para todos os homens.
e. Esperança como sinônimo de fé ou evangelho, mas também pode se referir a um sentido mais amplo de esperança que os cristãos possuem e que chama a atenção dos não-crentes (MUELLER, 1988, p. 196). A esperança era um fator central na pregação dos cristãos primitivos (cf. 1.3) e que essa esperança tinha tanto impacto na vida dos crentes que atraía a atenção da sociedade pagã.
i. “[Deus] nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos”; “nossa fé e esperança estão em Deus” (1.3,21).
ii. Doutrina: responder não sobre doutrinas, mas quanto a sua esperança; de um lado, os descrentes não têm esperança nenhuma (1Ts 4.13), e os cristãos anteriormente também não tinham esperança (Ef 2.12), mas agora têm uma esperança viva (1Pe 1.3) e se gloriam nesta esperança (Rm 5.2).
f. preparar para responder x santificar a Cristo: as duas partes do versículo estão em posição de reciprocidade dando a entender que: os que estão preparados para a defesa são aqueles que santificam o Senhor no coração e aqueles que se mantêm prontos para responder ao mundo realmente santificam a Cristo A prontidão para responder não depende apenas de capacidade, mas de santificar a Cristo no coração (HOLMER, 2008, p. 208).
g. Jesus: a boca fala do que está cheio o coração (Mt 12.34), se Cristo é santificado como Senhor do coração, os lábios estão sempre prontos para comunicar a razão da esperança cristã, o próprio Cristo (Cl 1.29).
2. PARA REFLETIR
a. Estudar a Palavra de Deus: o estudo da Bíblia requer diligência; escavar para encontrar um tesouro; nem sempre o ensino se revela à primeira leitura.
i. Conversar: compartilhar com outros sobre a Palavra de Deus (Dt 6.6; 11.18).
ii. Meditar: discernimento, compreensão da Palavra de Deus (Salmo 1.1).
iii. Orar: para ter sabedoria e conhecimento (Ef 1.17-18; Fp 1.9-10; Cl 1.9-10).
iv. Outros textos: 1 Tm 4.13; 2 Tm 2.15 (obreiro aprovado); Sl 119.
b. Preparados para a defesa da fé: envolve estudar a palavra de Deus com regularidade, procurar os conselhos e recomendações da Palavra de Deus, o conselhos dos irmãos de fé e líderes espirituais, oração e relacionamento com Deus e com os irmãos. Envolve também conhecer o mundo, as pessoas, seus problemas, medos, preocupações.
c. Conhecer as pessoas: quem é todo aquele?
i. Quanto à religião: religiosos praticantes (católicos, espíritas, budistas, muçulmanos, etc.); religiosos nominais (professam uma religião, mas não praticam), sincretistas (religião informal, isto é, misto de crenças; religião pessoal), esotéricos (misticismo interior; p.ex., nova era, astrologia, seitas orientais, etc.); ateus (negação da existência de Deus); agnósticos (ateísmo leve, ‘é impossível saber se Deus existe’); seculares (ou sem religião, desigrejados ou sem-Bíblia).
ii. Quanto ao caráter: não são necessariamente imorais ou pervertidos; há pessoas de boa índole moral e cumpridora dos deveres; o ser humano, mesmo decaído é moral e carrega a imagem de Deus.
iii. Quanto ao foco de interesse: interessadas no agora e não na vida além; estão mais angustiadas com a dúvida do que com pecado e culpa; vivem sem absolutos, tudo é relativo; não há certezas; mecanismos de defesa contra o medo da morte.
iv. Quanto ao dilema: todo homem sem Deus vive em tensão entre o seu estilo de vida e a realidade; sofre angústia, solidão, baixa auto-estima, insegurança.
v. Quanto à orientação: busca do prazer; ‘complexo de vítima’, relativismo;
vi. Quanto ao conhecimento de Deus: às vezes não têm convicção intelectual do que crêem ou não crêem; alguns consideram a fé um escapismo.
vii.Quanto ao conhecimento do cristianismo: sabem muito pouco sobre a fé cristã, sobre a Bíblia ou Deus; têm opinião negativa da igreja e dos crentes.
viii. Quanto aos obstáculos para crer: a fé não é de todos; o deus deste século tem cegado o entendimento de muitos para que não creiam (2 Co 4.4).
Nenhum comentário:
Postar um comentário