LIÇÃO 4 – O TEMOR DO SENHOR (1ª parte)
Textos bíblicos:
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Sl 111.10; Pv 1.7; 9.10; Jó 28.28).
[1] Introdução
a. Religiões: todas as religiões têm o medo como pano de fundo; o contato com o desconhecido provoca medo.
b. Exemplos: Moisés no Sinai (Dt 9.19; Hb 12.21); Isaías no templo (Is 6.1); as mulheres no túmulo de Jesus (Mc 16.8); João em Patmos (Ap 1.17).
c. Temor a Deus: é difícil conciliar o relacionamento com Deus com temor a Deus; tendência a 2 extremos — banalizar a graça ou afastar-se de Deus.
[2] Temor a Deus — o que significa?
a. Sentido simples: sentimento de respeito ou reverência (Aurélio); o ato ou efeito de temer (ter ou sentir medo, receio, temente), sentimento de reverencia.
b. Sentido bíblico: (1) medo de algo, de situações, da divindade etc; (2) expressão da fé em Deus (Dic Bíblico Von Almenn); observância dos mandamentos, obediência e vida de santificação (E. Diserens).
c. Temer a Deus não é: não é obediência por medo do castigo de Deus; não é medo irracional, mas sentido de responsabilidade e de fidelidade a Deus.
d. Temer a Deus é: resultado da redenção que se expressa necessariamente por:
i. submissão reverente e piedosa, com coração voluntário e espírito grato;
ii. obediência que flui de um coração quebrantado, que reconhece (1) a santidade e soberania de Deus, (2) o pecado humano e (3) a redenção que só Cristo dá.
iii. obediência por amor: amar a Deus é obedecer seus mandamentos;
iv. prática de vida por desejo de agradar o coração divino.
e. Amor e intimidade: os que temem a Deus são chamados de amigos de Deus.
i. Exemplos: Abraão (2 Cr 20.7); Moisés (Ex 33.11); discípulos (Jo 15.13).
ii. “A intimidade do Senhor é para os que o temem” (Sl 25.14).
[3] Temor a Deus x medo
a. Medo: emoção humana incontrolável; sensação de desamparo, de impotência diante de perigos; incapacidade de prover proteção para si, família e bens.
b. Algumas causas de medo:
i. falta de fé (Mt 8.26; Mc 4.40; Is 51.12,13);
ii. circunstâncias adversas (Js 17.14-18; Sl 107.23-27; Mt 14.30; 2Co 7.5; Is 7.1,2);
iii. desobediência à Palavra de Deus (Dt 28.58,65-67; Lv 26:15,17,36; Jr 6.19-25);
iv. consciência culpada (2Cr 29.6,8; Jó 18.5,11; Is 48.22);
v. espíritos maus (1Sm 15.23; 16.14,15);
c. Não temais: curiosamente, em quase todas as vezes em que Deus se manifesta, Ele diz as palavras “não temais” (mais de 350 vezes na Bíblia).
d. Amor e medo: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor” (1Jo 4.18).
e. Temor a Deus: somente o temor de Deus livra o homem dos temores.
i. “não temais o que ele teme,...ao Senhor dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, seja ele o vosso espanto” (Is 8.12,13).
ii. “Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei” (Lc 12.4-5).
iii. “O temor do homem se opõe ao temor do Senhor” (Pv 29.25).
iv. “Maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1Jo 4.4; 1Rs 6.14-17).
v. “O Senhor é a minha luz... a quem temerei?” (Sl 27.1).
vi. “Desenvolvei a vossa salvação com temor [phobos[ e tremor [tromos]” (Fp 2.13).
vii. “Com confiança ousemos dizer: o Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem” (Hb 13.6).
[4] Temor a Deus — fontes
a. Conhecimento natural: todos os homens têm conhecimento suficiente de Deus para temê-lo: “porquanto o que Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou... porquanto tendo conhecimento de Deus não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças” (Rm 1.19-21);
b. Conhecimento de si mesmo: a complexidade humana, o caráter moral, o sentimento de culpa, a busca de sentido são provas da necessidade de Deus.
c. Conhecimento revelado: a proclamação das boas novas de Cristo: “Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15); “em cada alma havia temor” (At 2.24;9.31).
d. Disciplina de Deus: ele conhece o coração (1Cr 28.9); sonda os corações (Sl 139.1,23; Pv 21.2); “porque esquadrinha o SENHOR todos os corações, e entende todas as imaginações dos pensamentos” (1Cr 28.9; Jr 17.10).
e. Aprendizado: aprender a viver uma vida de confiança em Deus.
i. “Vinde,... e escutai-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor” (Sl 34.11-22);
“Vós que temeis o Senhor, confiai nele” (Ec 2.8).
[5] Temor a Deus e sabedoria
i. Princípio da sabedoria: o temor do Senhor é o ponto de partida para a intimidade (conhecimento) com Deus. “O princípio da sabedoria é temer a Deus” (Pv1.7 2.5).
b. 2 sentidos:
i. Início: a sabedoria começa pelo temor do Senhor; admitir que Deus está no princípio de tudo o que há é o único caminho para o verdadeiro saber; se não há Deus, não é possível saber de fato;
ii. Parte mais importante: a temor do Senhor é a parte mais importante da sabedoria; sabedoria sem temor a Deus é pobre, errante e contraditória.
c. Sabedoria: capacidade de conhecer e aplicar o conhecimento da melhor forma à situação; sabedoria aplicada à prática, fundada no conhecimento da verdade.
i. “Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação. Entendo mais do que os antigos; porque guardo os teus preceitos” (Sl 119.99-100).
[6] Conclusão: O temor do Senhor é o princípio da sabedoria — reconhecer a Deus como o único Deus, amando-O acima de tudo e prestando-Lhe obediência e adoração é o começo e a parte principal de todo saber. |
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